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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Marfrig confirma venda da Seara Brasil para JBS

Negócio custou R$ 5,85 bilhões e ainda passará pela avaliação do Cade
A Marfrig e a JBS confirmaram, nesta segunda-feira, 10, por meio de fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a venda de determinadas participações em sociedades que a Marfrig detém na unidade de negócios Seara Brasil à JBS e 100% do capital da sociedade que detém no negócio de couro no Uruguai (Zenda), por R$ 5,85 bilhões. Segundo o comunicado, o valor será pago por meio da assunção de dívidas da Marfrig pela JBS. Segundo as empresas, o contrato está condicionado à aprovação pelas autoridades competentes, incluindo o Cade. A operação já foi aprovada pelos conselhos de administração de ambas as empresas.

seara-produtos-350A Marfrig informa ainda que a venda desses ativos tem por objetivo reequilibrar a estrutura de capital da empresa e reforçar seu foco no Brasil na área de carne bovina, de distribuição e o redirecionamento estratégico ao segmento de "food service" e acelerar o crescimento de sua plataforma internacional. Já a JBS destaca que com a operação cria já de início a segunda maior plataforma de carnes processadas no país, abrindo espaço para captura de sinergias. Segundo a empresa, a aquisição está alinhada à estratégia de agregação de valor e construção de marcas da JBS. A JBS informa também que convocará oportunamente assembleia geral extraordinária para fins de conhecimento e ratificação da operação e manterá seus acionistas informados sobre a aplicação ou não do direito de retirada.

Negócio pode envolver outros ativos

A transação pode incluir outros ativos do grupo, disseram ao jornal O Estado de S. Paulo fontes próximas à negociação. Com o negócio, o Marfrig perde 30% do tamanho, mas, em contrapartida, consegue dinheiro para reduzir em mais de 60% a dívida líquida, que, em março, era de R$ 9,95 bilhões, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. A venda da Seara foi a saída encontrada pelo Marfrig para reduzir rapidamente o endividamento e ganhar fôlego financeiro para voltar a crescer. “Com o negócio, o Marfrig não precisará vender outros ativos”, disse uma fonte próxima à empresa. O alívio financeiro permitirá que o Marfrig preserve negócios considerados estratégicos em nível global. O mais importante deles é a Keystone Foods, que atua em mais de 50 países e tem acesso ao mercado chinês.

A Seara foi uma das cerca de 40 aquisições feitas pelo Marfrig nos últimos cinco anos, em uma estratégia para crescer rapidamente, mas que fez a dívida atingir níveis considerados elevados demais pelo mercado. A Seara foi comprada da Cargill em setembro de 2009, por pouco mais de US$ 700 milhões. Hoje, é a segunda maior produtora de carne de aves e suínas no Brasil, atrás da líder BRF, com presença também na área de alimentos processados, como pizzas e lasanhas, e faturamento anual de R$ 7,14 bilhões, segundo dados de 2012. Parte da expansão se deveu à ajuda do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, em 2010, comprou R$ 2,5 bilhões de debêntures da empresa numa aposta de transformar o grupo numa gigante global de alimentos. O banco de fomento, que também tem forte participação no JBS, não quis comentar o negócio.

Sinergia

Se o Marfrig viu seu apetite por aquisições reduzido em função da dívida, o JBS continua a comprar no mercado. “Os produtos da Seara são complementares ao portfólio do JBS, principalmente na área de frangos e embutidos. O JBS ganha mercado em segmentos em que não é forte e poderá aproveitar sinergias na distribuição dos produtos”, disse o consultor na área de alimentos e bebidas Adalberto Viviani. Para ele, o JBS tende a avançar em todas as categorias de produtos congelados e refrigerados. A unidade de lácteos do grupo, a Vigor, anunciou neste ano a compra da tradicional fabricante de leites e requeijão Itambé. “A área de alimentos refrigerados está se consolidando como um negócio para grandes empresas e com forte estrutura de capital. Nesse sentido, o controle da Seara pelo JBS cria um concorrente mais forte para a BRF e com muito mais gana para crescer (do que sob o comando do Marfrig).” A compra da Seara é um passo importante no plano de expansão do JBS ao lhe garantir participação relevante no mercado de aves no Brasil, segmento que representa 40% das proteínas consumidas no País. O grupo é o maior produtor global de carne bovina, mas ainda tem presença tímida na área de frangos no País. Entrou no mercado local de aves em 2012, com o arrendamento das unidades do Doux Frangosul. Em 2012, sua capacidade de abate de aves no Brasil era de 1,34 milhão ao dia - 20% da capacidade da BRF. No exterior, porém, o JBS já lidera a produção de frangos, com 8,5 milhões de aves abatidas por dia.

Segundo Marfrig, venda da Seara não teve atuação de bancos

O presidente da Marfrig, Sérgio Rial, disse que a negociação não teve envolvimento de bancos. O executivo afirmou que a Marfrig continua em bovinos, com um faturamento de R$ 16 bilhões, o que significa uma redução de um terço após a venda. A Seara Brasil atua em aves e suínos. Já o presidente da JBS, Wesley Batista, afirmou que o movimento da companhia foi estratégico para agregar valor e expandir o segmento de industrializados. Segundo o executivo, com a aquisição da Seara Aves, a JBS passará a ter um abate diário de 12 mil aves por dia.

Além disso, de acordo com Batista, a JBS será a segunda maior empresa brasileira de industrializados e a segunda maior de aves do mundo. Batista destacou que a JBS tem condições de absorver as dívidas de curto prazo envolvidas na transação. "Ainda é cedo para saber se iremos acessar o mercado de capitais", disse Batista, frisando que o negócio não inviabiliza o processo de desalavancagem da empresa.

Tomazoni presidirá divisão de aves da JBS no Brasil

Gilberto Tomazoni, que preside a JBS Aves, assumirá a presidência da unidade de aves, suínos e industrializados da companhia no país, agora que conta com a Seara Brasil. Tomazoni tem ampla experiência no setor, tendo trabalhado por mais de 30 anos na Sadia, com passagem também pela Bunge. Sobre a integração das operações, Batista comentou que ela será feita "olhando o dia a dia, com pessoas certas e lugares certos". O negócio, cujas conversas começaram há aproximadamente três semanas, adicionará à JBS R$ 10 bilhões em seu faturamento anual. Batista disse que uma das razões do interesse da JBS na Seara foi, além da marca, a perspectiva de um cenário mais favorável para os grãos e câmbio no Brasil. "Nós acreditamos em um cenário mais favorável no país nesse segmento", afirmou. Sérgio Rial, futuro presidente da Marfrig, disse que os ativos da Seara Brasil estão com 60% da utilização da capacidade instalada e que há uma grande perspectiva de crescimento da produção somente com os ativos atuais.

Fonte: Revista Amanhã

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