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sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Arte cemiterial: visitas mostram que cemitérios também são fontes de cultura

Em Salvador, o Circuito Cultural do Campo Santo é o representante do segmento


Quem já visitou Buenos Aires certamente colocou no roteiro o Cemitério da Recoleta. Local onde descansa Evita Perón, o cemitério é um dos pontos turísticos mais visitados da capital argentina. O mesmo acontece em Paris, com o Cemitério do Pèro-Lachaise, com mais de 2 milhões de visitas ao ano. 
O necroturismo, como é chamado o turismo em cemitérios, não está presente apenas nessas cidades, mas em diversos lugares do mundo e também no Brasil. Em Salvador, o Circuito Cultural do Campo Santo é o representante do segmento, que reúne uma aula de história e observação de belas esculturas no passeio. 

Aberto ao público, o Circuito Cultural oferecido pela Santa Casa da Bahia pode ser visitado diariamente, das 8h às 17h. Totens espalhados pelo local contêm informações adicionais sobre as esculturas e mausoléus. 

Para ir sem medo

De início, o turismo cemiterial pode parecer nada óbvio e o medo ainda pode afastar muitos curiosos do local, mas quem optar pelo passeio não se arrependerá. "Nosso cemitério é um dos mais belos do Brasil. Conheço também vários cemitérios do mundo e posso dizer que o Campo Santo não deve nada a, por exemplo, o da Recoleta [Buenos Aires], um dos mais famosos", garante o arquiteto especializado em arquitetura cemiterial, Francisco Senna. 

A museóloga da Santa Casa, Osvaldina Cezar faz coro ao arquiteto. Para ela, não faltam motivos para visitar o cemitério. O Campo Santo, do ponto de vista histórico, é um dos locais mais ricos da cidade, defende a profissional. "Devido à variedade de estilos artísticos, a exemplo do neogótico, romano, clássico, renascentista e moderno", pontuou. 

A especialista também destaca a variedade de materiais empregados na sua construção, como mármore, granito e bronze. "Além disso, a história contida em cada um dos mausoléus e jazigos nos permite fazer uma análise do ponto de vista artístico, sociocultural e econômico", completou.

Simbologias e destaques

As figuras espalhadas pelo Campo Santo possuem diversas simbologias. A Estátua da Fé, um dos destaques do rico acervo e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por exemplo, indica aceitação da morte pelos que têm fé. A imagem de uma mulher com uma criança significa caridade, enquanto a coruja traduz a ideia de vigilância. 

Ao passear pelo Cemitério, Francisco Senna indica que o visitante encontrará, de um modo geral, mausoléus de grande valor artístico. Acostumado a levar seus alunos ao local, o arquiteto defende que a ida ao Campo Santo é uma excelente aula. "O Circuito tem um roteiro muito didático, com totens explicativos. Possui quadras muito bem divididas, muitos mausoléus conservados e a rampa de entrada é belíssima, por exemplo".

Fonte de aprendizado

Enquanto para muitos é um belo passeio ou apenas um cemitério, para a estudante de arquitetura Giovana Vitória Nunes, que produz um trabalho sobre arquitetura cemiterial e o necroturismo, o Campo Santo é uma das principais fontes de informação. “Ele possui uma riquíssima arquitetura tumular, com diversos ornamentos belíssimos, de alto valor artístico e histórico, que se consagraram também devido ao sepultamento de algumas personalidades locais”, destacou. 

VEJA MAIS Do século XIX à tecnologia: conheça a história do Cemitério Campo Santo Campo Santo Familiar oferece solução completa em caso de falecimento Para Giovana, o necroturismo, tão difundido no mundo, tende a crescer no país. “Cemitério como um patrimônio histórico de arte, cultura e manifestação social é um aliado importante como mediador da relação entre a vida e a morte. Já é um rico campo de pesquisa e rota de turismo ao redor do mundo e tem tudo para crescer no Brasil”, opinou. 
Visita guiada

Também é possível fazer uma visita guiada com grupos a partir de 15 pessoas. Para isso, é preciso agendar previamente com a equipe do Museu da Misericórdia, através do número (71) 2203-9834, com gratuidade para Instituições Públicas e R$6 (inteira) e R$3 (meia), por pessoa, para os demais públicos. O grupo de visitantes recebe informações sobre a simbologia e linha evolutiva das obras arquitetônicas e culturais.

Fonte: Jornal I Bahia

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