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quarta-feira, 4 de maio de 2016

Alertas de desmatamento dobram na Amazônia

De acordo com dados do SAD, de fevereiro a março de 2016 foram registrados 213 km² de alertas de desmatamento na Amazônia. O estado do Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento e degradação chama a atenção.

Por Redação do Greenpeace Brasil –

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou nasegunda-feira (2) os resultados de seu Sistema de Alertas de Desmatamento na Amazônia Legal (SAD) referente a fevereiro e março de 2016 – onde foram registrados alertas de desmatamento em 213 km², aumento de 113% em relação ao mesmo período de 2015. Já a degradação teve um aumento ainda mais assustador, de 339%, com alertas encontrados em 281 km².

A degradação florestal é causada muitas vezes pelo corte seletivo de árvores de interesse comercial de maneira exploratória e ilegal e também por queimadas intencionais. Este processo enfraquece a floresta, diminuindo sua capacidade de estocar carbono, conservar a biodiversidade prejudicando assim suasfunções originais. Este é geralmente o primeiro passo para o desmatamento total da floresta.

Roraima liderou a degradação florestal no período, enquanto o Mato Grosso liderou no desmatamento. De fevereiro a março, o Mato Grosso concentrou 81% dos alertas de desmatamento no bioma. Dos três municípios mais críticos, dois pertencem ao estado: Marcelândia e Feliz Natal. De acordo com o Projeto de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite, o PRODES, que gera os dados oficiais usados pelo governo, o Mato Grosso foi o segundo estado que mais desmatou a Amazônia entre agosto de 2014 e julho de 2015, com incremento de 40% na supressão florestal, na comparação com o período anterior.

No Amazonas, que vem se destacando no aumento do desmatamento, a medição foi prejudicada pelas nuvens, que encobriram 63% do território. Ainda assim,o município de Lábrea foi o terceiro mais crítico no desmatamento.

“O prazo para fazer o Cadastro Ambienta Rural (CAR) se encerra nesta quinta (5), mas os recentes alertas mostram que o mecanismo, tão aclamado pelo governo como estratégico para combater o desmatamento, está se mostrando ineficaz, pois não inibiu a destruição. O CAR é um começo, para entendermos o que ocorre no campo, mas sem aumentar a ambição e assumir um sério compromisso para atingir o Desmatamento Zero, o Brasil não conseguirá conservar suas florestas”, diz Cristiane Mazzetti, da campanha da Amazônia do Greenpeace. Quatro anos após a aprovação do novo Código Florestal – que originou o CAR – ao menos 29% das áreas ainda carecem de cadastro.

Mesmo que consigamos acabar com o desmatamento ilegal e sigamos a risca o Código Florestal ainda seria possível desmatar, legalmente, uma área do tamanho do Chile no Brasil. Se queremos evitar os efeitos catastróficos das mudanças climáticas e manter o aquecimento do planeta em 1.5ºC, já passou da hora de termos como meta o fim total do desmatamento. Este é o desejo de mais de 1,4 milhão de brasileiros que assinaram pelo projeto de lei e algo que vem se mostrando possível e vantajoso para diversas empresas que integram a Moratória da Soja e o Compromisso Público da Pecuária. Se você ainda não faz parte do movimento pelo Desmatamento Zero, assine e mostre seu apoio.

Fonte: Envolverde

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