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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Maceió/AL tem 80% das praias poluídas; MPF investiga despejo de esgoto

O verde esmeralda e o azul anil que tornam exuberante o mar de Maceió escondem o despejo de esgoto nas galerias de águas pluviais que chegam às praias da capital de Alagoas. Segundo a análise de balneabilidade das praias alagoanas, 80% das praias de Maceió estão impróprias para banho.


O alto número de praias poluídas em Maceió chamou a atenção do MPF (Ministério Público Federal) nesta semana. A procuradora do meio ambiente, Raquel Teixeira, disse que está investigando o caso e deverá ajuizar uma ação civil pública nos próximos dias.

O laudo divulgado pelo IMA (Instituto de Meio Ambiente) no último dia 29 de maio mostra que, dos 20 pontos analisados em Maceió, 16 estão impróprios para banho – sendo que oito trechos ultrapassam a escala máxima de 16.000 NMP (Número Mais Provável) por 100 mL de coliformes fecais. Segundo a resolução 357/2005, do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), para uma praia ser considerada própria para banho o índice de coliformes fecais no material coletado deve ser inferior a 1.000 NMP/ 100 mL.

A área analisada vai da praia do Pontal da Barra, litoral Sul, até à praia de Ipióca, no litoral norte.

Poluição desaponta turistas – A famosa praia de Pajuçara, conhecida pelos passeios de jangada às piscinas naturais, tem índice de coliformes fecais maior que 16.000 NMP/100 mL.

As “línguas sujas”, como são chamadas as manchas na areia da praia causadas pelo esgoto, causam aspecto desagradável e os turistas reclamam. O casal Alan Ferreira, 38, e Maria Laura Silva, 35, do Distrito Federal, escolheu um hotel à beira-mar na Pajuçara, próximo à balança de peixe, para curtir a praia a hora que quisessem sem precisar sair de carro. Porém, eles disseram ter se decepcionado com a poluição das praias.

“Queríamos sair do hotel e dar um mergulho na praia, mas nessa situação é impossível. Entrar no mar com esse esgoto é pegar doença na certa. Tomamos um susto ao chegar na praia e ver essa sujeira”, disse Maria Laura. “Estamos com impressão horrível das praias, muito sujas e descuidadas apesar de bonitas. Vamos fazer um roteiro fora de Maceió para podermos aproveitar o mar, pois onde moramos não temos esse privilégio”, disse Ferreira.

Outro trecho poluído fica no final da Pajuçara e início da Praia de Ponta Verde, área turística badalada da cidade, onde aos domingos o trânsito de veículos é fechado para que banhistas possam circular livremente pela avenida Silvio Carlos Vianna. No trecho ficam localizadas as barracas de praias mais luxosas da cidade. O índice de coliformes fecais está em 5.400 NMP/ 100 mL. Já no trecho próximo ao Farol da Ponta Verde, o índice é maior que 16.000 NMP/ 100 mL.

Justificativas – A Casal (Companhia de Saneamento de Alagoas) disse que apenas 35% da cidade de Maceió possui esgotamento sanitário e o material a ser descartado é levado para o emissário submarino, localizado na praia do Sobral. A Casal nega que o emissário seja causador de poluição nas praias.

“O material que passa pela tubulação aérea é jogado em outra tubulação submarina a mais de 3 mil metros da costa, onde se dispersa com a influência das correntes marinhas”, explicou o vice-presidente de Gestão Operacional, Francisco Beltrão.

A companhia atribuiu a poluição gerada pelo riacho Salgadinho na praia da avenida e das praias que possuem línguas sujas como responsabilidade da prefeitura. “Algumas dessas redes recebem contribuições de água de rebaixamento advinda de obras de construção de prédios e também de ligações clandestinas de esgoto”, disse a companhia.

A prefeitura de Maceió informou nesta sexta-feira (5) que o município está formatando o Plano Municipal de Saneamento Básico, que deve ser apresentado até o final deste ano.

Sobre a poluição do Salgadinho, o município disse que está realizando um estudo para verificar a viabilidade de implantação de uma técnica de despoluição das águas com uso de plantas filtrantes na foz do riacho. Para as praias da capital, a prefeitura está “dando encaminhamento a uma parceria com a iniciativa privada para melhorar os índices de balneabilidade”. “A previsão é que as ações paliativas nos pontos onde existem ‘línguas sujas’ sejam efetivadas já no próximo verão”.

Quanto à fiscalização do esgoto clandestino, a Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente disse que intensificou o trabalho “autuando, punindo e cobrando providências dos responsáveis pelo problema”.

Fonte: UOL

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