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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Criado na Antártica banco de geleiras ameaçadas pelo aquecimento global

Colocar no frio da Antártica amostras de geleiras ameaçadas pelo aquecimento global: este é o objetivo de pesquisadores franceses que esperam conseguir fazer uma primeira amostragem de “núcleos de gelo” no início de 2016.

Os núcleos de gelo, também chamados “testemunhos”, são amostras do acúmulo de neve e gelo usadas em pesquisa.

“É a mesma lógica do banco criado em Spitsbergen (Ártico), onde sementes do mundo inteiro serão armazenadas durante séculos em uma antiga mina de carvão”, explica Jerome Chappellaz, diretor de pesquisa no Laboratório de Glaciologia e Geofísica do Meio Ambiente de Grenoble, na França.

A nova “Arca de Noé” ficaria na Antártica, na base franco-italiana Concórdia, que garante, na neve, um frio de 53º C negativos.

“É o melhor congelador do mundo”, diz Chappellaz. “Os núcleos de gelo ficarão seguros, mesmo em caso de conflito mundial. Não é preciso eletricidade. Vai continuar fazendo frio por lá, e mesmo que o aquecimento no platô antártico seja de mais 10º C no final do século, os núcleos não correriam perigo a -43º C”.

A ideia surgiu quando os cientistas observaram a alta das temperaturas de diversas geleiras: com dez anos de intervalo, as geleiras alpinas do Col du Dôme e do boliviano Illimani tinham aumentado entre 1,5º C a 2º C.

“Somos provavelmente a única comunidade científica cujo arquivo corre perigo de desaparecer da face do planeta”, lamenta o pesquisador. “Precisamos fazer alguma coisa, e rápido, enquanto as geleiras ainda podem fornecer uma matéria explorável” porque o aquecimento já ameaça a qualidade geoquímica do gelo.

Desde 2009, os cientistas franceses se uniram a um grupo de pesquisadores da América do Sul para lançar um apelo internacional, sem grandes repercussões.

Hoje eles querem fazer diferente, procurando mecenas para conseguirem levar a cabo as primeiras operações – e contam com o reconhecimento da iniciativa pela Unesco para encorajar os investidores.

Esta “iniciativa contribuirá com o mandato da Unesco”, explica Anil Mishra, especialista em hidrologia no seio da organização internacional, que desde os anos 60-70 pedia um “inventário mundial dos gelos perenes e as geleiras, indicadores do aquecimento global”.

“Nós devemos ajudar a ciência a entender melhor o impacto do clima sobre as geleiras e os recursos hídricos, a fim de permitir aos países que tomem boas decisões, seja na Índia, na Ásia Central, na Europa”, acrescenta.

Os criadores do projeto esperam uma primeira expedição na primavera de 2016 no Col do Dôme, sob a crista do cume do Mont Blanc, a 4.300 m. Um lugar de “fácil” acesso por helicóptero, para uma equipe enviada por 20 dias.

Em 2017 está prevista uma missão sobre o Illimani, que cerca La Paz, que será um pouco mais complicada: 6300 metros de altitude, acesso difícil, 50 dias de trabalho.

A ideia é levar de cada vez três núcleos de entre 100 e 150 metros (até o leito de pedra).

O objetivo a prazo: fazer uma transação envolvendo americanos, chineses, italianos, suíços e sul-americanos. Onde geleiras altamente ameaçadas estão localizados, e de onde a ciência tirou muito material: o Gniffetti Colle nos Alpes, o Quelccaya no Peru, o Dasuopu e o Guliya no Himalaia chinês.

Esses gelos fornecem informações regionais importantes. O laboratório de Grenoble e está atualmente trabalhando com o Nepal para tentar uma perfuração científica no Himalaia nepalês, para compreender a evolução das monções na Índia e as fontes de poluição regionais.

O gelo, arquivo da composição da atmosfera e do clima, é uma ferramenta essencial para os climatologistas. Foi ele quem ajudou, por exemplo, a estabelecer a ligação entre gases de efeito de estufa e o aumento da temperatura.

Fonte: Terra

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