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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Os impactos e danos ambientais do turismo ecológico, artigo de Roberto Naime

O turismo ecológico é conceitualmente entendido como uma forma de viajar e usufruir de paisagens, que incorpora tanto o compromisso com a proteção da natureza como a responsabilidade social dos viajantes com o meio visitado. O turismo ecológico tem contribuído para mitigar os impactos negativas das atividades turísticas sobre as localidades visitadas.


O turismo ecológico produz importantes impactos positivos para a atividade turística. Contribui para a criação de áreas, programas e entidades de proteção ambiental. Ajuda a produzir campanhas e programas de educação ambiental para crianças, adultos, turistas e moradores das localidades turísticas.

Incrementa o desenvolvimento de programas de “orgulho étnico”. As comunidades receptoras passam a sentir orgulho da beleza e originalidade dos recursos naturais da sua localidade e das características culturais de sua comunidade. O turismo ecológico contribui para auxiliar a fiscalizar das ações predatórias e atua como elemento auxiliar dos guias turísticos.

O engajamento de ambientalistas nos programas de ecoturismo produz guias comprometidos e instrutores na orientação e educação ambiental dos turistas e comunidades locais. Estes ambientalistas muitas vezes se tornam proprietários e administradores dos seus próprios “lodges”.

Os impactos negativos das atividades ecoturísticas são muito parecidos com os do turismo em geral. Poluição sonora, do ar, dos solos e das águas através do lançamento de efluentes “in natura”, na ausência de estruturas de saneamento básico. Nesta dimensão também se destaca a acumulação de resíduos sólidos (lixo) em vários locais.

Por exemplo, o uso de sabonetes e detergentes em rios e cascatas compromete a qualidade das águas e a sobrevivência de peixes ou da vegetação aquática em geral. Também podem ocorrer contaminações de fontes e mananciais hídricos.

Também são impactantes coletas de corais do mar, danificação de cavernas com estalactites e estalagmites em área de grutas calcáreas. Pinturas e rasuras em rochas, cavernas ou grutas onde os turistas querem registrar sua passagem. Alterações de temperatura e umidade de cavernas, com aparecimento de fungos.

Pode ocorrer erosão de encostas por traçados inadequados ou falta de drenagem nas trilhas, a caça e pesca ilegais, incêndios acidentais ou criminosos, desmatamento para a construção de infraestrutura. Turistas podem alimentar animais com produtos com conservantes ou outras substâncias estranhas à dieta silvestre habitual, que podem provocar desde doenças até a morte de indivíduos da fauna silvestre.

Finalizando, ocorre a construção de equipamentos de infraestrutura cuja arquitetura, materiais ou estilos podem contrastar demais com o meio natural. E também são registradas descaracterizações das tradições e dos costumes das comunidades receptoras, cujos ritos e mitos muitas vezes são transformados em shows para turistas.

As atividades turísticas em geral apresentam um grande potencial de crescimento, mas implicam necessariamente em obras de infraestrutura e ações de estudos e planejamentos que viabilizem intervenções relevantes na organização da atividade. A simples ostentação involuntária de tempo e dinheiro, a especulação de diversas formas e a migração de populações locais ou regionais constituem um problema a ser administrado para evitar conflitos entre os turistas e a comunidade receptora.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Fonte: EcoDebate

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