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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Método torna produção de energia solar mais barata e menos tóxica

Cientistas da Universidade de Liverpool desenvolveram um novo método para produção de células solares, usadas nos painéis solares para a conversão de luz em energia elétrica. A nova “receita” substitui uma substância tóxica para o meio ambiente e para o ser humano por um ingrediente muito mais barato e inofensivo, usado até na fabricação de tofu. A descoberta foi publicada na edição desta quinta-feira (26) da revista “Nature”.


Atualmente, cerca de 90% das placas solares são feitas à base de células de silício. Porém, existe uma tecnologia mais nova, baseada em células de telureto de cádmio, que permite uma eficácia maior na produção de energia solar. Em vez de ser uma placa espessa, trata-se de um filme que pode ser depositado sobre vidro ou até sobre superfícies flexíveis.

O problema é que é preciso banhar esse filme em cloreto de cádmio, uma substância muito tóxica, que põe em risco tanto o meio ambiente quanto as pessoas que manipulam o material. Além de ser potencialmente fatal se inalado, ele pode provocar câncer, defeitos genéticos e prejuízos permanentes à vida aquática. O banho de cloreto de cádmio tem a função de aumentar a eficiência da célula solar em absorver a luz do sol.

Diante desse impasse, a equipe do pesquisador John Major, da Universidade de Liverpool, foi buscar uma substância que pudesse substituir o cloreto de cádmio. Ele conta que pesquisas recentes tinham demonstrado que o responsável por aumentar a eficiência da célula solar era o cloro, e não o cádmio.

“Sabemos que existe mais de um cloreto. O que fizemos foi simplesmente pegar um catálogo e checar quais cloretos poderíamos comprar em lojas, quais não eram tóxicos e quais eram baratos”, disse Major durante uma conferência para a imprensa promovida pela revista “Nature”.

A primeira tentativa foi usar o cloreto de sódio, ou sal de cozinha. A eficiência obtida não foi a esperada. Outros cloretos foram testados, sem sucesso. Mas quando os pesquisadores experimentaram o cloreto de magnésio, a performance foi praticamente idêntica à do cloreto de cádmio.

As vantagens são que o cloreto de magnésio tem apenas 1% do custo do cloreto de cádmio e não tem toxicidade nenhuma. Retirada de água do mar, a substância é usada inclusive na fabricação do tofu e em suplementos alimentares.

“Substituir o cloreto de cádmio por uma substância natural pode fazer com que a indústria economize grande quantia de dinheiro e reduza o custo geral para produzir energia solar”, acrescentou Major. 

Fonte: G1

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