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terça-feira, 10 de junho de 2014

Governo do Rio reafirma meta de despoluição da Baía de Guanabara

A Secretaria Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro reafirmou na segunda-feira (9) que será possível atingir a meta de sanear 80% da Baía de Guanabara até os Jogos Olímpicos de 2016. No fim de semana, a agência de notícias Associated Press publicou que o prefeito da capital, Eduardo Paes, admitiu que não seria possível chegar a esse patamar de despoluição.


“Para deixar mais clara a estratégia, a meta olímpica assumida pelo governo do Rio é aumentar para 60% a rede de esgoto dos 15 municípios do entorno da Baía de Guanabara até 2016. Já subimos de 18% para cerca de 40% desde 2007. Somada a isso, a implantação das UTRs (unidades de tratamento de rio) na foz dos rios que desembocam na Baía causarão uma redução de mais de 50% da poluição, sendo possível atingir a meta de sanear 80% da Baía de Guanabara para os Jogos”, informou, por meio de nota.

O órgão argumenta que o principal problema das áreas onde acontecerão as competições esportivas de vela é o lixo flutuante, que tem sido combatido com o reforço das ecobarreiras e ecobarcos.

Procurada pela Agência Brasil, a assessoria de imprensa do prefeito do Rio negou que Paes tenha admitido que o prazo não será cumprido. O prefeito disse que não podia responder pelo fundo da baía, parte mais suja, por se tratar do território de outros municípios. Segundo a assessoria, Paes disse que esse é um projeto aguardado há muito tempo pela população e seria uma pena se os Jogos não fossem usados como desculpa para concretizá-lo. O prefeito também afirmou que a parte da baía que receberá a competição é mais limpa e não oferece risco aos atletas.

De acordo com a secretaria estadual, a Baía de Guanabara está própria para banho há um ano no trecho que vai da boca até o entorno da Ilha de Paquetá. No entanto, no boletim de balneabilidade do Instituto Estadual do Ambiente figuram como impróprias para banho na primeira medição de junho todas as praias da Ilha do Governador, duas praias de Paquetá, 14 pontos de coleta da parte de Niterói voltada para a baía e as praias do Flamengo, da Urca e de Botafogo, na zona sul do Rio.

Em 29 de maio, um estudo lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) apontou a falta de articulação entre os Poderes como a principal razão do fracasso do plano anterior de despoluição da baía, da década de 90, mantendo-se como um desafio para o plano atual.

Para o pesquisador que assina o estudo, José Feres, a meta de sanear 80% é inalcançável: “Já seria ambiciosa no início, mas, agora, dificilmente será alcançada. Se era um prazo curto, é agora inexequível. Acho que a gente vai alcançar alguma melhora, que vai avançar, mas chegar a 80% eu diria que é otimista demais”.

Em uma troca de mensagens com o Ministério do Meio Ambiente, também noticiada pela Associated Press há cerca de um mês, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente considerava 50% de despoluição um cenário otimista. Procurado pela Agência Brasil, o órgão confirmou que a avaliação realmente foi feita em uma troca de informações entre a secretaria e o ministério. 

Fonte: Agência Brasil

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