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quinta-feira, 8 de maio de 2014

Ondas de rádio afetam aves migratórias, alerta estudo

Ondas de rádio interrompem o “compasso” magnético das aves, revelou um estudo feito com tordos publicado nesta quarta-feira, que pode alimentar a discussão sobre a segurança dos dispositivos eletrônicos.

Em um experimento longo e cuidadoso, cientistas alemães descobriram que os tordos migratórios ficaram desorientados quando expostos a campos eletromagnéticos em níveis muito abaixo do limite de segurança para os seres humanos.

As frequências estavam na faixa das ondas médias usadas na rádio AM, não utilizada nos celulares, que tem a segurança contestada por alguns ativistas.

“Durante décadas, tem-se discutido acaloradamente se os campos eletromagnéticos produzidos pelo homem afetavam processos biológicos, inclusive a saúde humana”, escreveram os autores do estudo, da Universidade de Oldenburg.

Os testes demonstraram “um efeito replicável de ruído eletromagnético antropogênico [produzido pelo homem] no comportamento de um vertebrado intacto”.

Há muito tempo se acredita que as aves navegam utilizando a luz e o campo magnético da Terra.

Onde está seu “compasso” magnético e como ele funciona permanece um mistério e pesquisas feitas com pombos-correio sugerem que possa se originar em um cristal rico em ferro em seus bicos denominado magnetita.

Sete anos atrás, cientistas de Oldenburg ficaram surpresos ao descobrir que os tordos europeus (“Erithacus rubecula“) ficavam confusos ao fazer uma parada no campus da universidade.

Intrigados, os cientistas prepararam uma gaiola de madeira com folhas de alumínio cobrindo suas paredes e fixada à terra por um cabo. Isto, virtualmente, eliminou a radiação eletromagnética em um raio de 50 quilohertz a 20 Mega hertz, mas não teve efeitos no campo magnético da Terra.

Após sete anos, experimentos demonstraram que quando a blindagem funcionava, as aves na cabana adotavam sua posição migratória normal.

Mas quando a blindagem era removida ou as aves eram expostas a um dispositivo emitindo ruído de fundo eletromagnético, elas ficavam desorientadas.

A interrupção ocorreu em fracos sinais eletromagnéticos a níveis equivalentes ao do voo da ave a uma distância de cerca de 5 quilômetros de um radiotransmissor de rádio AM de 50 quilowatts.

Esta intensidade é muito abaixo dos níveis de segurança para humanos, estabelecidos pela Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não-ionizante (ICNIRP), que determina diretrizes para dispositivos elétricos, de aparelhos de rádio a computadores, linhas de transmissão e telefones celulares.

Os cientistas estão convencidos de que a interrupção foi produzida pelo homem e não por uma fonte natural. Segundo um estudo prévio, poderosas tempestades solares – provocadas por partículas emitidas pelo Sol que atingem o campo magnético da Terra – podem causar um ruído de rádio que atravessa a ionosfera e afeta os pombos-correio.

As descobertas podem alimentar alegações de que os dispositivos eletrônicos são inseguros ou causam interferência, afirmou Joseph Kirschvink, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em um comentário publicado na Nature.

“Os charlatães modernos, sem dúvida, vão usar este estudo como argumento para proibir o uso de celulares, apesar das diferentes faixas de frequência envolvidas”, alertou Kirschvink.

Segundo ele, desde que os experimentos alemães sejam corroborados por outros testes, uma resposta mais razoável, no entanto, seria abandonar gradativamente o uso de quaisquer partes causadoras de problemas no espectro de energia para ajudar as aves migratórias a encontrar seu caminho.

Fonte: Terra

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