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quarta-feira, 5 de março de 2014

Dietas globais semelhantes ameaçam segurança alimentar, diz estudo

O aumento da similaridade nas dietas em todo o mundo é uma ameaça à saúde e à segurança alimentar, com muitas pessoas abandonando alimentos tradicionais em seus países, como mandioca, sorgo ou milheto, mostrou um estudo internacional na segunda-feira (3).


O relatório, que disse que detalhou pela primeira vez a convergência de safras no sentido de uma dieta universal em mais de 150 países desde 1960, mostrou aumento no consumo de alimentos como trigo, arroz, soja e girassol.

“Mais pessoas estão consumindo mais calorias, proteínas e gorduras, e eles confiam cada vez mais em uma lista das principais culturas alimentares… junto com carne e produtos lácteos”, disse o líder do estudo do Centro Internacional de Agricultura Tropical na Colômbia, Colin Khoury, em um comunicado.

Tais dietas têm sido associadas a riscos de doenças cardíacas, câncer e diabetes, diz o estudo.

A dependência de um grupo menor de culturas alimentares também aumenta a vulnerabilidade a pragas e doenças.

No geral, as dietas se tornaram 36% mais semelhantes nos últimos 50 anos, considerando mudanças no consumo de mais de 50 safras para calorias e proteínas, segundo o estudo. A convergência “continua sem indicação de desaceleração”, segundo o estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS).

O óleo de soja, óleo de girassol e de palma tornou-se parte da “oferta global de alimentos padrão” ao lado de culturas como o trigo, o arroz, o milho e a batata, mostrou o estudo. O aumento da renda nas economias emergentes significou um maior consumo de produtos como carnes e bebidas açucaradas, que são típicas das dietas ocidentais.

“Estamos vendo um aumento da obesidade e doenças do coração… da Nigéria até a China”, disse Khoury à Reuters.

Mesmo assim, muitas dietas nacionais tornaram-se mais variadas.

“À medida que a dieta humana tornou-se menos diversificada em termos globais nos últimos 50 anos, muitos países, particularmente na África e na Ásia, têm, na verdade, ampliado seu cardápio de grandes culturas básicas, ao mudar para dietas mais globalizadas”, disse um comunicado.

Os cientistas pedem por mais diversificação, inclusive de culturas que estão caindo de moda, tais como centeio, inhame ou mandioca, para reforçar a segurança alimentar. Apelam também para a preservação da diversidade genética em todas as culturas.

“A uniformidade genética significa mais vulnerabilidade a pragas e doenças”, disse Khoury.

Fonte: G1

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