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terça-feira, 5 de março de 2013

Investimentos Brasileiros em Água, artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)


O ano de 2013, postado pela ONU como aquele da “cooperação pela água”, é um teste para a veracidade da política hídrica brasileira. O país das águas – somos o país de tantas coisas – tem mesmo sua prioridade no abastecimento humano e na dessedentação dos animais, como define a lei brasileira de recursos hídricos 9.433/97?

O ‘lixo’ que ninguém vê, artigo de Nara França


‘Tá’ legal, já entendi essa historinha toda de “colocar o lixo no lixo”. Agora, podemos e devemos mesmo separar o lixo orgânico do reciclável. Fazendo isso, praticamos o contraponto às indústrias que produzem cada vez mais embalagens desnecessárias, atendendo pedidos das empresas que querem maior clientela consumindo – primeiro, com os olhos – os produtos.

Até aí, tudo certo – já entendi mesmo. Quanto a isso, acho que faço a minha parte – a parte que devo à natureza que me acolhe. Sempre vejo os catadores de papéis, pelas ruas, e lamento que não sejam valorizados, reconhecidos como verdadeiros ambientalistas. Ainda por cima, são muito mal pagos, pelo imensurável serviço que prestam ao meio ambiente futuro, passado, presente.

O lixo que a gente produz, inadvertida e cada vez mais comumente, eu sei aonde deve parar. Você também sabe. ‘Tá’ certo que nosso Brasil ainda peca, pela falta de saneamento básico. Por isso, ainda há tantos lixões por aí, por aqui, em todo lugar. Mas a gente sabe que, se cada qual fizer a parte que lhe cabe – dando destino certo ao lixo -, os lixões a céu aberto (ou fechado) acabam, por falta de lixo extraviado.

Até aí, entendido (acho). Mas onde vai parar tanto lixo que a gente produz em pensamentos, ideias, sentimentos ruins, intenções?… Ah, aposto que você nunca pensou nisso – nem eu. Mas – pronto! – ‘tô’ pensando agora.

É sério. Aonde vai parar tanto lixo que a gente cria, pensa, imagina, deseja, e depois deixa de desejar?… Aonde vai parar todo esse lixo, gente, que deve ser maior que qualquer lixão que possa existir no planeta?…

Cá entre nós, se uma pessoa só já pensa tanta asneira negativa, imagine meia dúzia, dúzia e meia – milhares, milhões, zilhões… É lixo pra caramba!… Aonde vai parar tudo isso?… Ser humano não saberia criar saneamento básico, pra dar destino correto, pra toda essa sujeira… Algumas criaturas costumam guardar dentro de si – sei lá onde – esse lixo todo… Mas acho que chega um dia que o ‘depósito’ arrebenta, estoura, por que não há tanto espaço pra tamanho lixo.

Pense comigo (ou não): se todos nós pensamos mais que falamos, ou agimos, manifestamos, e se, no meio de tanto ‘entulho’, há muito lixo, onde fica tudo isso, hein?… Quando é uma poeirinha inocente, a gente trata logo de esconder debaixo do tapete. Mas, diante de tanto lixo (mental, espiritual, ou sei lá mais o quê), aonde isso tudo vai parar?…
Alguns dizem que somatizamos (esse lixo), e acabamos contraindo doenças… Mas, mesmo assim, se isso ocorre, a doença deve ‘gastar’ cadinho da energia desse lixo todo dos nossos pensamentos, intenções, desejos, sentimentos, mas não deve ‘queimar’ todo esse lixo. É muita coisa, gente – sejamos honestos (sei lá com quem).

Lixo é sempre lixo – ainda que, há algum tempo, a humanidade esteja reciclando, e até confeccionando arte e utilidades com o que é retirado da lixeira. Tudo bem. O trabalho é admirável. Que a gente aprenda reciclar o que pode ser reciclado dos nossos pensamentos, intenções, sentimentos e desejos. Maravilha!… Mas e o resto? – insisto em questionar.

Onde vai parar o grande lixo de cada um de nós?… Neste caso, não há jeito de a gente pedir auxílio de ambientalistas, nem de catadores de papel, ou lixeiros. É por nossa conta. Não tem jeito.

Nara França é jornalista gaúcha, tendo sempre trabalhado em redação de jornal, e hoje atuando em entidades sindicais e movimentos sociais, no sul do Brasil. Também, mantém o blog http://ironia-cronica.blogspot.com.br/

Fonte: EcoDebate

‘Coquetel’ de agrotóxicos ingerido no consumo de frutas e verduras pode causar Alzheimer e Parkinson


Comer cinco frutas e legumes por dia é bom para a saúde. Não tão bom é o “coquetel” de pesticidas ingerido no processo: a mistura dessas substâncias químicas pode multiplicar seus efeitos tóxicos em proporções tão surpreendentes quanto preocupantes, segundo os resultados de um estudo preliminar [A Preliminary Investigation into the Impact of a Pesticide Combination on Human Neuronal and Glial Cell Lines In Vitro] publicado na revista científica “PloS One”. Matéria [L'inquiétant effet cocktail des pesticides sur nos cellules] de Grégoire Allix, Le Monde, no UOL Notícias.

Os testes toxicológicos sistemáticos conduzidos dentro do regulamento europeu Reach visam às substâncias uma por uma. “Sabe-se muito pouco sobre seus efeitos combinados, sendo que somos literalmente cercados por combinações de venenos”, explica o principal autor do estudo, o toxicólogo Michael Coleman, da Universidade de Aston, na Inglaterra.

Sua equipe comparou o efeito isolado e o efeito combinado, sobre células de nosso sistema nervoso central, de três fungicidas encontrados com frequência nas prateleiras de hortifrúti: o pirimetanil, o ciprodinil e o fludioxonil.

Resultado: os danos infligidos às células são até vinte ou trinta vezes mais graves quando os pesticidas são associados. “Substâncias que são conhecidas por não afetarem a reprodução humana e o sistema nervoso e não serem cancerígenas, combinadas possuem efeitos inesperados”, resume um dos autores do estudo, o biólogo molecular Claude Reiss, ex-diretor de pesquisa do CNRS e presidente da associação Antidote Europe.

“Observamos o agravamento de três tipos de impactos”, detalha o pesquisador francês: “A viabilidade das células é degradada; as mitocôndrias, que são as ‘baterias’ das células, não conseguem mais alimentá-las com energia, o que desencadeia a apoptose, ou seja, a autodestruição das células; por fim, as células são submetidas a um stress oxidante muito poderoso, possivelmente cancerígeno e que pode levar a efeitos em cascata”.

Entre as possíveis consequências de tais agressões sobre as células, os pesquisadores citam o risco de uma vulnerabilidade crescente a doenças neurodegenerativas como o Mal de Alzheimer, de Parkinson ou a esclerose múltipla. “Nosso estudo aborda um pequeno número de substâncias, trazendo mais perguntas do que respostas, mas esses efeitos foram evidenciados em doses muito pequenas, concentrações próximas às encontradas em nossos alimentos”, observa o professor Coleman.

O cientista considera urgente popularizar esse tipo de teste, apesar das milhares de combinações possíveis: “Isso permitiria determinar se as misturas são nocivas, para ajudar os agricultores a escolher os produtos que eles utilizam”. O fato de conduzir esses estudos em células humanas e não em ratos, como acontece no procedimento Reach, permitiria diminuir os prazos e os custos, ao mesmo tempo em que fornecem resultados mais confiáveis. “A maior parte das substâncias químicas não são testadas corretamente: não somos ratos de 70 quilos!”, reclama Claude Reiss.

Para o Movimento pelo Direito e pelo Respeito das Gerações Futuras (MDRGF), que cofinanciou o estudo, esses testes são ainda mais necessários pelo fato de que um terço das frutas e legumes fiscalizados pela Direção Geral da Concorrência, do Consumo e da Repressão de Fraudes contém resíduos de vários pesticidas.

“Em 2008, detectamos em um mesmo cacho de uvas os três produtos testados pelo professor Coleman”, lembra François Veillerette, porta-voz do MDRGF. Na época, análises encomendadas pela associação haviam revelado que quase todas as uvas vendidas no grande varejo continham múltiplos pesticidas, totalizando oito substâncias diferentes por cacho, em média.

A associação pede para que a Comissão Europeia “lance sem demora uma estratégia de avaliação global das misturas de produtos químicos” e que “abaixe significativamente os limites máximos de resíduos tolerados nos alimentos, em um cuidado elementar de precaução”.

Tradutor: Lana Lim

A Preliminary Investigation into the Impact of a Pesticide Combination on Human Neuronal and Glial Cell Lines In Vitro
PLoS ONE: Research Article, published 03 Aug 2012 10.1371/journal.pone.0042768

Fonte: EcoDebate

Cemitérios em SP produzem adubo orgânico e adotam 'enterro verde'


A onda de sustentabilidade, propagada já há algum tempo, chegou àquele tema sobre o qual muitos evitam falar: a morte. Um novo sistema em que resíduos orgânicos são transformados em adubo foi implantado em cemitérios, e o procedimento já foi considerado até "case de sucesso" pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).

Periodicamente, o Grupo Memorial --empresa responsável por cemitérios, crematórios e cinerários-- faz o serviço de exumação de túmulo, para que a família proprietária possa sepultar outra pessoa. Com os ossos realocados, o material excedente é descartado. A partir desse novo procedimento, madeira, tecidos, vegetação e solo são reaproveitados na produção do adubo orgânico.

 "Como não se pode jogar esse material em qualquer lugar, gastávamos cerca de R$ 10 mil por mês com caçambas adequadas", afirma Victoria Zuffo, gerente de operações do grupo. Depois da compra de um triturador específico e da consultoria de um técnico de segurança, o procedimento diminuiu os custos da empresa. Teve até um churrasco para os funcionários, no fim do ano, pago com a economia.

Além do reaproveitamento dos resíduos de exumação, os cemitérios do grupo --Memorial Parque Paulista (Embu das Artes) e Jardim Vale da Paz (Diadema)-- também têm alguns projetos com a prefeitura, como a troca de vasos plásticos deteriorados por mudas de árvores, ou então a venda de metais de urnas para reciclagem.

"ENTERRO VERDE"

Uma tendência colocada em prática na hora da morte é o "enterro verde", com modelos biodegradáveis de caixões --madeira, papel reciclado ou vime-- ou então túmulos longe da cidade e de cemitérios.

A cremação, método antigo e alternativo ao uso do caixão, ganhou uma opção sustentável também. O Grupo Memorial, por exemplo, adotou urnas biodegradáveis para armazenar as cinzas. Dentro, é colocada terra e plantada uma muda de árvore, para que, quando a planta crescer, o recipiente se rompa e a árvore se torne um referencial à família.

Marco Túlio Fumis, CEO do Grupo, conta que encontrou dificuldade em encontrar empresas que produzissem as urnas, além da resistência interna. "Teve todo um processo de engajamento dos funcionários. Eles foram motivados a pensar na sustentabilidade, a sair do comodismo."

Fonte: Folha de São Paulo

Grupo busca micróbios na Antártida que purifiquem esgotos urbanos

A Antártida é muito mais que geleiras, pinguins e baleias. Nem todos sabem, mas em seu subsolo há uma rica flora microbiana que pode servir para fins tão úteis quanto transformar os esgotos das cidades em canais de água limpa.

A pesquisadora francesa Léa Cabrol, uma jovem doutora de 29 anos que trabalha na Universidade Católica de Valparaíso, está realizando um trabalho de campo no continente mais inóspito do planeta.

Seu objetivo é contribuir para resolver um dos principais problemas das grandes cidades, fazer com que a água suja saia limpa e, de quebra, gerar gás metano para uso industrial.

A pesquisa, chamada 'Seleção e Identificação de Consórcios Microbianos com Atividade Metanogênica e Acidogênica a Baixa Temperatura para Aplicação à Digestão Anaeróbica Siprofílica', impressiona já pelo nome. Mas Léa explica o projeto de maneira sucinta e didática: "Estamos desenvolvendo o tratamento de águas residuais com bactérias".

"É um processo muito interessante, o problema é que funciona a 37 graus, enquanto a temperatura das águas residuais nas cidades europeias ou no sul do Chile, por exemplo, é muito mais baixa. O processo de aquecimento significa um custo enorme", comenta.

Acompanhada de seu assistente, o chileno Daniel Valenzuela, Léa colhe amostras de sedimentos depositados sob uma fina camada de gelo, na Ilha Rei George, onde chegou a 49ª Expedição Antártica Chilena nos últimos dias.

"Buscamos essas bactérias em fontes naturais, onde a temperatura sempre se mantém baixa. Esse tipo de microorganismo foi encontrado em algumas regiões do Ártico e na Rússia, mas não na Antártida", explica. "A ideia é buscar sedimentos em zonas úmidas com uma camada superior de gelo ou neve que facilite a digestão anaeróbica, porque as bactérias que produzem metano não funcionam na presença de oxigênio", acrescenta.

Consórcio de bactérias

Segundo a doutora francesa, que está há um ano e meio trabalhando no Chile, "descobrir bactérias dessa natureza em um meio como o antártico permitiria tratar as águas residuais de áreas frias do mundo, onde a temperatura média é de dez graus". Mas, além disso, aponta seu assistente, as bactérias devem metabolizar a matéria orgânica dos esgotos em alta velocidade, porque o volume de líquido a tratar é muito grande e o processo não pode desacelerar.

Ao contrário de outros cientistas que participam da Expedição Antártica Chilena, essa equipe de pesquisa não procura apenas uma espécie de bactéria para isolá-la e cultivá-la no laboratório.

"Nós buscamos um consórcio, uma comunidade microbiana com centenas de espécies diferentes que trabalhem interagindo umas com outras", detalha a doutora Léa, que se mostra otimista sobre os resultados que possa alcançar o trabalho de campo.

"Acredito muito nas amostras que colhemos ontem (na ilha Rei George), porque havia muita matéria orgânica dos leões marinhos e isso é uma fonte de nutrientes para as bactérias. Além disso, nos poços de água se viam borbulhas, e isso indica que está saindo gás da camada de sedimentos", afirma.

Para uma bactéria desse tipo, se alimentar da matéria orgânica que há no solo antártico ou dos resíduos humanos dá exatamente no mesmo, porque envolve os mesmos processos metabólicos.

Apoio do Chile

No projeto da pesquisadora participam a Universidade Católica de Valparaíso e a de Concepción no Chile, a Universidade de Lyon, na França, e a Universidade Técnica da Dinamarca.

Após ser submetida à avaliação de duas comissões de microbiologista, em setembro do ano passado a pesquisa foi incorporada ao programa do Instituto Antártico Chileno (INACH), uma instituição pública que atualmente subsidia 64 projetos.

Até hoje, nenhuma instituição privada financia o estudo dessas microbactérias, mas algumas empresas, como a espanhola Águas Andinas, já mostraram seu interesse em outros projetos vinculados a essa pesquisa.

Após a coleta de amostras em várias partes do território antártico e a realização de análise preliminares, Léa Cabrol e sua equipe da Universidade Católica de Valparaíso terão mais três anos de trabalho em laboratório antes de saber se esses grupos microbianos finalmente servem para o objetivo que buscam.

Caso não sirvam, os cientistas continuarão tentando, "porque na pesquisa científica a questão é saber como é preciso enfrentar coisas que nem sempre funcionam, de aceitar o fracasso e buscar que na próxima vez as coisas saiam melhor", resume Léa.

Fonte: Uol


Pesquisadores fazem esgoto virar adubo





O esgoto doméstico pode se tornar um aliado da agricultura. Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) estão desenvolvendo um adubo, feito com lodo produzido em estações de tratamento de esgoto, que se mostrou mais eficiente que os fertilizantes comerciais. Fruto de parceria da UFF com a prefeitura de Volta Redonda (RJ) e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) da cidade, os experimentos vêm sendo conduzidos em uma estação de tratamento do município desde 2011.

Segundo a pesquisadora Fabiana Soares dos Santos, que coordena a equipe de cinco professores da UFF e alunos de iniciação científica, o uso agrícola do lodo é uma boa ideia porque "alia o baixo custo com o impacto ambiental extremamente positivo".

O lodo de esgoto doméstico é o resíduo gerado no tratamento do esgoto sanitário e pode causar sérios problemas ambientais se disposto de forma inadequada. Em vez de ser descartado nos aterros, ele vira matéria-prima para a produção do fertilizante, por ser fonte de matéria orgânica e nutrientes para as plantas.

Mas esse lodo pode conter certas substâncias que, em determinadas concentrações, são nocivas ao meio ambiente e à saúde. Por isso, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) publicou em 2006 a Resolução n.º 375, que define quais são os níveis máximos de poluentes que o lodo de esgoto pode ter para ser usado na agricultura.

O fertilizante feito pela equipe da UFF foi criado com base uma mistura desse lodo com resíduos das podas de árvores feitas pela prefeitura. Durante quatro meses, os pesquisadores fizeram a compostagem desses materiais e analisaram se os agentes contaminantes orgânicos, inorgânicos (metais pesados) e biológicos (coliformes, ovos de helmintos, salmonela) estavam adequados aos níveis da resolução.

Concluída essa etapa, iniciaram os experimentos com o cultivo de milho e de aroeira, uma espécie arbórea utilizada em projetos de reflorestamento. Nessa fase, os pesquisadores cultivaram as duas plantas em cinco diferentes tipos de solo: um adubado com o fertilizante desenvolvido por eles, um com o substrato comercial, e os outros três utilizando combinações desses dois adubos em diferentes proporções.

Resultados

A equipe de Fabiana constatou que as plantas se desenvolveram melhor nos tratamentos que continham as proporções mais concentradas do composto de lodo de esgoto. "No caso do milho, a diferença foi bem marcante entre o tratamento com o substrato comercial puro quando comparado com o lodo de esgoto. O lodo teve um efeito significativo no desenvolvimento das plantas."
Agora, eles se debruçam sobre os dados coletados e analisam, em laboratório, os pigmentos e a concentração dos nutrientes nas folhas para comprovar fisiologicamente a diferença que já pode ser constatada só de olhar.

Fonte: A Tarde

Efeito do aquecimento por atividades urbanas é sentido em outras regiões

Cientistas estão descobrindo que as cidades aquecem até 2°C em um raio de mil quilômetros a seu redor
Você não precisa viver em uma cidade – ou mesmo perto de uma – para que as atividades urbanas afetem seu clima, de acordo com um novo estudo.

Pesquisadores usando um modelo computadorizado da atmosfera concluíram que as atividades das áreas urbanas podem aquecer o ar a mais de 1600 quilômetros de distância. Em algumas áreas, esse aumento foi maior do que um grau Celsius (1,8 grau Fahrenheit).

As mudanças de temperatura foram causadas pelo comportamento humano nas cidades, como o aquecimento causado por edifícios e veículos no lugar do calor natural, que é absorvido pelas superfícies pavimentadas. O calor entra na atmosfera diretamente acima das cidades, segundo os cientistas, mas depois é disperso pelos movimentos naturais das corrente globais.

Ao mesmo tempo, no entanto, ao afetar o movimento do ar na atmosfera, o calor dos centros urbanos resulta também em ar mais frio em algumas partes do mundo, incluindo certas partes da Europa.

O estudo, conduzido por cientistas da Universidade Estadual da Flórida, da Instituição Scripps de Oceanografia e do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica dos Estados Unidos, foi publicado no periódico Nature Climate Change. Ele se baseou em dados climáticos da Organização das Nações Unidas e em vários relatórios publicados sobre o consumo de energia per capita.

O aumento da temperatura pode explicar o motivo de algumas áreas estarem enfrentando invernos mais quentes do que modelos climáticos computadorizados haviam projetado, segundo os pesquisadores. Para melhor representar os efeitos do aquecimento global, cientistas do clima devem considerar a incorporação dos efeitos das zonas urbanas, concluíram eles.
 
Fonte: Portal iG

Aterros podem gerar energia para 1,5 mi de pessoas


Os aterros sanitários brasileiros possuem um potencial energético suficiente para gerar eletricidade a 1,5 milhão de pessoas. São 280 megawatts (MW) que podem ser produzidos a partir do aproveitamento do biogás, o metano obtido por meio da decomposição do lixo. A conclusão é do "Atlas Brasileiro de Emissões de GEE (gases de efeito estufa) e Potencial Energético na Destinação de Resíduos Sólidos", um estudo realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), lançado nesta quinta-feira no Rio de Janeiro.

Mas para que esse potencial se transforme efetivamente em energia, ainda é necessário um investimento de quase R$ 1 bilhão, segundo o diretor executivo da Abrelpe, Carlos Silva Filho. A estimativa foi feita com base no custo de US$ 5 milhões (R$ 9,87 milhões) para instalação de uma planta média, com capacidade de geração de 3MW. "Um dos objetivos desse atlas é estimular que os negócios do setor sejam desenvolvidos. A ideia é incentivar tanto o investidor a implantar e operar a geração de energia, como também incentivar os órgãos de governo a estimular essa energia a partir do lixo, como foram estimuladas outras fontes de energia, como a eólica".

O estudo, realizado com apoio da EPA (Environmental Protection Agency, a agência ambiental dos Estados Unidos) e da Global Methane Initiative, mostra o potencial de aproveitamento do lixo no Brasil, que em 2011 gerou 198 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia. São 62 milhões de toneladas ao ano, das quais 11% não chegam sequer a ser coletadas. E outros 41% (75 mil toneladas diárias) ainda têm destinação inadequada, indo parar em lixões ou aterros sem condições seguras de proteção ao meio ambiente.

A Abrelpe mapeou todos os 46 projetos brasileiros de redução de emissões de GEE com registro na ONU e constatou que 22 deles preveem o aproveitamento energético do biogás. Desse total, apenas dois aterros de São Paulo já produzem eletricidade: o São João, na zona leste da capital paulista, e o Bandeirantes, fechado em 2007, que chegou a receber metade de todo o lixo produzido na capital e possui 40 milhões de toneladas de lixo enterradas - o suficiente para fornecer energia elétrica para 300 mil pessoas.

Fonte: A Tarde

Iniciativas buscam reduzir o desperdício de alimentos na capital paulista




A redução do desperdício de alimentos é uma preocupação cada vez maior dos empresários que produzem ou vendem comida, avalia Luciana Curvello uma das coordenadoras do Programa Mesa Brasil em São Paulo. Uma iniciativa do Serviço Social do Comércio (Sesc), o Mesa Brasil recolhe alimentos de 630 empresas doadoras e distribui para 650 instituições, beneficiando cerca de 120 mil pessoas no estado. “O Mesa funciona baseado em um conceito de segurança alimentar, que busca trabalhar com a questão do acesso ao alimento”, explica Luciana.

Segundo ela, no início do programa, em 1994, ainda havia resistência dos empresários em doar os alimentos que não tinham mais condições de ser comercializados. Atualmente a ideia está muito mais disseminada, na opinião de Luciana. “No começo era muito difícil convencer uma empresa a participar, porque não se tinha esse tipo de experiência no Brasil. Hoje, essa situação mudou”, explica.

Como atende a entidades pequenas, o Sesc usa a própria estrutura para entregar as doações. O procedimento é usado também como estratégia para aumentar a eficiência do programa. “Entregando na instituição é que a gente tem condições de conhecer melhor o nosso parceiro e adequar a entrega de alimento de acordo com a necessidade dela”, ressalta Luciana. “Não é uma simples distribuição, mas uma entrega de acordo com o perfil, com a faixa etária que se serve, com a estrutura que se tem. Então há a preocupação de não se levar um produto congelado para uma instituição que não tem freezer”, exemplifica.

Esse cuidado não é possível em outro programa semelhante, o Banco de Alimentos da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). Em 2012 o projeto distribuiu mais de 2 mil toneladas de alimentos recolhidos de 587 empresas colaboradoras. “São alimentos que não têm mais valor comercial, mas ainda há condições de serem consumidos. É uma fruta mais madura, uma verdura com a folhagem um pouco murcha, mas que ainda tem condições de aproveitamento para o consumo humano”, explica a nutricionista Alessandra Figueiredo a respeito do programa que começou a funcionar em 2003.

O Banco de Alimentos aproveita, entretanto, o contato com as entidades que vem retirar as doações para transmitir orientações. “Todas vezes que elas vem retirar as doações nós fornecemos um boletim mensal com temas de nutrição”, conta Alessandra que quer ampliar a atuação com a aquisição de equipamentos para processar os alimentos.

O projeto de expansão prevê a aquisição de uma máquina para retirar a polpa dos alimentos e uma desidratadora. “Seria um alimento que teria apenas um dia para ser consumido, mas quando você processa, aumenta o prazo de validade desse alimento”, destaca a nutricionista sobre o projeto que ainda precisa de uma fonte de recursos para ser posto em prática.

Fonte: Agência Brasil

Portos chilenos sofrem com lançamento de milhares de resíduos

Os vazamentos registrados pela Direção Geral do Território Marítimo e da Marinha Mercante incluíram óleos, petróleo, benzeno e diferentes substâncias químicas tóxicas.

Em 2011, ocorreram 15 derramamentos de produtos químicos, o maior número de episódios em cinco anos analisados, e que contabilizaram 79.645 litros, de acordo com o jornal La Tercera, que publicou a informação nesta segunda-feira.

Segundo os números, 2008 foi o pior ano em relação ao volume de litros despejados com 181.550 litros de líquidos contaminantes, dos quais 180.000 foram despejados de Ventanas, na região de Valparaíso, no vazamento da substância 2 Etil-Hexanol.

A empresa Panimex Química S.A. foi advertida pela autoridade marítima como sendo responsável pelo derramamento causado pela ruptura de uma tubulação. A companhia foi multada em 65.000 dólares, segundo a notícia.

Ventanas é uma zona densamente industrializada da costa central do Chile que abriga, entre outras indústrias, três termelétricas a carvão, uma refinaria de petróleo e uma fundição de cobre.

Os vizinhos da zona e vários grupos ambientalistas denunciaram e contaminação causada pelas substâncias químicas no ambiente e no mar que estaria afetando tanto os habitantes como a fauna marinha.

Fonte: Terra

Catalisador pode viabilizar hidrogênio como combustível limpo, diz estudo


Cientistas dizem haver criado uma maneira de extrair hidrogênio do metanol usando um catalisador, o que pode, segundo eles, solucionar um dos grandes obstáculos para criar um combustível limpo e viável economicamente, aponta estudo publicado nesta semana no site da renomada revista “Nature”.
Segundo os pesquisadores, o novo catalisador de rutênio (um metal pouco abundante, encontrado normalmente em minas de platina) permite obter hidrogênio do álcool a partir de temperaturas de 65º C a 95º C, consideradas relativamente baixas, e à pressão atmosférica normal.

Processos anteriores só permitiam que o gás fosse extraído do metanol a temperaturas de 200° C e a pressões de 25 a 50 vezes superiores à da atmosfera.

Os pesquisadores da Universidade de Rostock, na Alemanha, apontam que o metanol, na forma líquida, pode ser facilmente transportado e armazenado, ao contrário do hidrogênio, um gás difícil de ser guardado. 

O metanol poderia ser usado no tanque de automóveis, por exemplo, onde uma reação química com o catalisador produziria hidrogênio – que serviria como combustível.

No processo, o metanol produziria três partes de hidrogênio e uma parte de gás carbônico, que poderia ser “aprisionado” para evitar a liberação na atmosfera e posteriormente reciclado. O hidrogênio, ao ser queimado como combustível, produz grande quantidade de energia e libera vapor de água como resíduo, segundo os pesquisadores.

“É difícil estimar quanta energia vai restar no hidrogênio [quando for feita a catalisação]. O projeto ainda está em estágio inicial, a anos de distância de ser produzido em larga escala”, disse o engenheiro químico Matthias Beller, um dos autores da pesquisa, à revista “Nature”.

“Mas nós pensamos que [o estudo] pode ser útil para transformar o metanol em uma fonte intermediária de energia viável, com potencial para liberar hidrogênio que gere eletricidade para alimentar baterias de celulares, computadores e até carros”, ressaltou o engenheiro.

Para o pesquisador Edman Tsang, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, a pesquisa é atraente devido à temperatura relativamente baixa em que ocorre a reação química de catalisação. “É uma descoberta importante”, disse ele à “Nature”. 

Fonte: G1

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