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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Gelo no ártico está maior que em 2012, mas deve desaparecer até 2050

Após um verão incomum, mais gelado nas latitudes mais ao norte do planeta, a camada de gelo do ártico atingiu seu menor tamanho no ano em 13 de setembro de 2013, 5,1 milhões de quilômetros quadrados, anunciou o Centro de Dados Nacionais sobre Neve e Gelo dos EUA, que usa dados da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana), baseada na Universidade de Colorado, em Boulder. O número é o sexto menor desde que as medições começaram em 1979.
Apesar disto, os 5,1 milhões de km estão muito acima do mínimo histórico atingido em 2012 – em 16 de setembro do ano passado a camada tinha apenas 3,41 milhões de km. Com isto, muitos céticos do clima apareceram para negar o aquecimento global e falar que o gelo do ártico estava aumentando.

O fato é que todo ano, no verão, o ártico atinge seu menor ponto. Já era sabido que este ano haveria mais gelo no ártico nesta época do ano do que no ano passado, mas ainda assim, o valor é metade da média dos mínimos de 1981 a 2010.

“Em março, temos a época de máximo gelo no ártico, no inverno. E neste ano tivemos uma das dez menores camadas máximas”, contou Fabiana Alves, coordenadora da Campanha de Polar do Greenpeace Brasil. Alves explica que já era esperado que neste ano o tamanho mínimo fosse maior do que em 2012, mas que em 2050 pode não haver mais gelo no polo Norte se continuarmos no atual ritmo de emissão de CO2. A informação é confirmada pela Nasa e pelo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.

O mínimo deste ano segue a tendência de redução na calota de gelo no polo Norte de 12% por década desde o final da década de 70, um declínio que se acentuou em 2007. “Eu esperava que este ano teríamos mais gelo que no ano passado”, disse Walt Meier, glaciologista da Nasa. “Há sempre uma tendência de crescimento após um nível muito baixo, nos nossos dados de satélite, o gelo do ártico nunca bateu recordes mínimos em anos consecutivos”.

“A comparação não pode ser de um ano para outro. Só porque de um ano para outro não houve decréscimo, não justifica dizer que não há diminuição de gelo na área. Estudos feitos de 1969 a 2011 confirmam que houve uma perda de 3/4 da calota de gelo do ártico. E de 2000 a 2012, foram batidos recordes ano a ano de menor tamanho do gelo”, explica a coordenadora.

“Os estudiosos veem o ártico como algo palpável para medir o aquecimento global. E o fato é que ele encolheu 3/4 nos últimos 30 anos. É assustador, ainda mais com a maior emissão de CO2″, destaca a coordenadora.

Neste verão, as temperaturas do ártico ficaram de 1 a 2,5ºC mais baixas do que na média, de acordo com a Nasa.

As temperaturas mais frias são consequência de uma série de ciclones de verão. Em agosto de 2012, uma grande tempestade fez o gelo derreter, mas neste ano ocorreu o contrário: ventos de superfície espalharam o gelo por uma área maior. Entretanto, a camada nunca foi tão fina.

Hoje, a camada de gelo no ártico é 50% mais fina do que em décadas anteriores, com uma espessura média de 3,8 metros em 1980 e 1,9 metro nos últimos anos. A calota vem perdendo camadas de gelo mais antigas e mais espessas, que estão sendo substituídas por camadas mais finas e sazonais.

O oceano ártico costumava ser coberto por camadas de gelo feitas em vários anos, que sobreviviam a vários verões. Mas são estas camadas que hoje diminuem a uma taxa mais rápida até do que as camadas mais novas e finas, e estão relegadas basicamente a uma faixa na Groenlândia. O volume total caiu 36% no outono e 9% no inverno de 2003 a 2012, de acordo com a Agência Espacial Europeia.

A região é de importância estratégica internacional porque é rota marítima – sem o gelo, custos logísticos seriam menores, lembra Alves – e acredita-se que tenha 90 bilhões de barris de petróleo. “Hoje não tem muito mais onde procurar petróleo. Cerca de 90% do petróleo do mundo pertencem a nações. E esta é uma área não convencional, que poderia ser explorada pelas grandes empresas já que não há lei que impeça sua exploração privada”, conclui a ambientalista.

Aquecimento global – Além disso, é importante destacar que o aquecimento não produz só mais calor em todo o planeta, mas eventos climáticos mais extremos, mais calor no verão, mais frio no inverno, secas e chuvas mais fortes. “As mudanças climáticas são marcadas por catástrofes climáticas, são extremos, com secas maiores no nordeste e inundações com o aumento do nível do mar, por exemplo”.

O aumento da temperatura em 4ºC até 2100 já é uma verdade aceita pelos cientistas pela emissão de gases do efeito estufa. Com isso, calcula-se um prejuízo de 60 trilhões de dólares até 2100. “Então, os gastos que estão sendo feitos para diminuir as emissões de CO2 são muito menores do que estes prejuízos estimados”, diz Alves.

A Antártida, por sua vez, registrou em 18 de setembro seu maior tamanho no inverno, empatando com 2012, quando tinha 19,44 milhões de quilômetros quadrados. A camada de gelo no polo Sul vem aumentando nos últimos anos devido ao buraco na camada de ozônio, correntezas no hemisférios sul e ventos que espalham o gelo no continente.

Fonte: UOL

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