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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Casamentos à americana

E noivados idem. Ambos os rituais, no Brasil, vêm sendo influenciados pelos Estados Unidos
Culturas são mutantes e permeáveis, e quando se trata de consumo, não é diferente. Chegada de marcas estrangeiras, exposição a canais de televisão de outros países, viagens internacionais – tudo contribui para que nossos hábitos e gostos se modifiquem, incorporando costumes antes desconhecidos por aqui.

tiffanys-anel-350Mais recentemente, talvez nada tenha recebido tanto a influência “gringa” quanto os nossos casamentos. A cerimônia religiosa, seguida de uma recepção, pouco a pouco foi se tornando um pequeno espetáculo, repletos de detalhes. Fotos e vídeos do “making of” da preparação dos noivos, coreografias ensaiadas pelos pombinhos para a festa, cores pré-definidas de vestidos para as madrinhas e celebrações temáticas são alguns exemplos da importação de um modelo tipicamente americano, no qual existe toda uma indústria em torno das uniões civis e religiosas.

Um modelo que os próprios americanos parecem questionar agora. Matéria publicada na edição de 05 de agosto da Newsweek chama o fenômeno de “’Me, me, me’ wedding”, algo como “O casamento do 'eu’”. Segundo a autora, “(...) muitos casamentos americanos evoluíram para uma fixação em detalhes materiais, ensaios exaustivos para a festa e uma da busca das noivas pela perfeição. (...) Agora, exportamos nosso modelo único de casamento ‘eu, eu, eu’ para além de nossas fronteiras”. A partir daí, a matéria passa a falar nos custos crescentes de casamentos na China, Coréia do Sul e no Brasil, onde celebrações de R$ 1 milhão não são incomuns – ao menos em São Paulo.

“Não muito tempo atrás, o casamento era a forma pela qual os jovens eram reconhecidos como adutos participantes da sociedade”, analisa uma fonte ouvida pela matéria. “Hoje, o casamento é um marco de status; ele celebra o glamour burguês da noiva”, lamenta essa mesma fonte.

Agora, fico sabendo que outro costume norte-americano, esse bem mais antigo que o dos casamentos-espetáculo, parece estar aportando no país. Desde meados do século passado, a tradição nos EUA manda que o homem faça o pedido de casamento (“to propose”, como bem nos ensinaram as séries de lá) oferecendo um anel de brilhante.

Enquanto por aqui trocavam-se alianças de noivado que, no dia da cerimônia passam da mão direita para a esquerda, por lá o costume é o de a noiva ostentar, orgulhosa, uma aliança com diamante até o dia do “sim”.

A mesma tradição sugere que o preço desse anel equivalha a dois meses de salário do noivo, numa prova de suas intenções sérias para com a moça (afinal de contas, se fosse baratinho, ele poderia distribuir aneis por várias pretendentes pela cidade, vai saber...). E, por fim, que esse brilhante seja comprado, preferencialmente, na Tiffany, a mais conhecida joalheira americana, e embalado em sua tradicional caixinha azul. E é justamente em São Paulo, onde a Tiffany está instalada há mais de década, que se ensaia instalar a tradição do pedido de casamento com o brilhante da loja, ao menos entre os mais endinheirados.

Pois bem: dia 10 de setembro abre em Curitiba um novo shopping, o Pátio Batel, com diversas lojas de grifes famosas. Entre elas, está a Tiffany. Se, como me disseram, onde há loja da joalheria americana o ritual do anel de noivado se desenvolve, homens e rapazes curitibanos já podem ir preparando os cartões de crédito – enquanto os que estão mais ao sul, como em Floripa e Porto Alegre, torcem para que a loja jamais aporte por aqui.

Fonte: Revista Amanhã

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