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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Visita do Papa fortalece bandeira do saneamento básico


A visita do Papa Francisco para a Jornada Mundial da Juventude, a primeira viagem internacional de seu pontificado, acontece num momento especial para o Brasil. Os milhares de fieis que aguardam com ansiedade o evento podem não saber, mas configuram um novo País: um Brasil menos desigual e com uma população que vive em condições cada vez melhores, mas um País que ainda precisa avançar muito especialmente nas áreas básicas.

As principais bandeiras do papa – a erradicação da pobreza e a defesa do fim da desigualdade social – ainda permanecem como um flagelo a ser superado em centenas de cidades brasileiras.  Apenas 50,6% da população urbana brasileira são atendidas pela rede de esgoto e somente 34,6% do volume de esgoto coletado recebe tratamento. Ou seja, mais de 100 milhões de brasileiros não têm seus esgotos tratados, segundo dados do Instituto Trata Brasil. Embora a situação esteja mais favorável porque parcelas significativas da população ultrapassaram barreiras como a da fome e do acesso a bens de consumo, milhões de brasileiros ainda vivem em condições muito precárias.

Os problemas do saneamento básico são, portanto, um dos principais desafios nesse sentido e, se não forem vencidos, podem inviabilizar qualquer evolução social mais significativa. Ainda de acordo com o Instituto Trata Brasil, as 81 maiores cidades do País despejam, diariamente, 5,9 bilhões de litros de esgoto sem tratamento algum em solos, rios, mananciais e praias do país, com impactos diretos na saúde da população. Já no que se refere ao tratamento e à distribuição de água, dados da entidade mostram que 81,1% da população de áreas rurais e urbanas recebem água na torneira.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento básico precário como uma grave ameaça à saúde humana. Combinada com situações de subnutrição e deficiências na higiene, também ainda muito comuns, a falta de tratamento de esgotos e de água potável resulta na morte de milhões de pessoas todos os anos. No mundo, estima-se que 1,5 milhões de crianças de até cinco anos morram a cada ano vítimas de doenças diarreicas, sobretudo em países em desenvolvimento. O acesso a uma água de qualidade e um bom sistema de coleta e tratamento de esgotos faz toda a diferença para afastar essas doenças.

Neste momento de grande comoção nacional por conta da visita do Papa Francisco, vale fazer uma reflexão sobre esses dados. Temos sim de celebrar todos os feitos recentes que proporcionaram uma evolução importante para a população brasileira. Não podemos nos esquecer, no entanto, que a superação da pobreza não depende apenas do acesso a bens, mas também de infraestrutura e serviços fundamentais para que essa população possa efetivamente se desenvolver e contribuir para gerar o crescimento do qual o Brasil tanto precisa.

* Martim Afonso Penna é diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor).

Fonte: Envolverde

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